segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Todos diferentes, nem todos iguais



Todos diferentes, nem todos iguais !
Nas sociedades contemporâneas existem desigualdades sistemáticas entre pessoas que têm e que não têm deficiências e incapacidades, no nosso país ronda os 8,2% da população. Estas desigualdades estão presentes na relação com o trabalho e o tempo livre e de lazer, com a escolaridade e a literacia, com a cidadania e a participação cívica e política, com a habitação, com os transportes, com os serviços públicos, com os cuidados de saúde, com a esperança de vida, etc. E a lista prolonga-se em áreas de carácter mais pessoal, como a constituição de uma família, a afectividade, a sexualidade, a amizade, etc.

O grau de escolarização é outra dimensão extremamente relevante na vida social actual, constituindo um recurso cultural de amplo espectro com incidência no desenvolvimento da cidadania, da formação cívica, de conhecimentos científicos e técnicos, e de competências sociais e relacionais, que tem, portanto, uma importância fundamental também no mercado de trabalho e na vida profissional.

O trabalho é uma das áreas mais importantes em que continuam a existir óbvias desigualdades entre indivíduos que têm e que não têm deficiências e incapacidades

A participação social e política das pessoas com deficiências e incapacidades, através da utilização de informação, da discussão e da decisão sobre a sociedade em que vivem e sobre os problemas que lhes dizem directamente respeito, continua a ser diminuta, fragmentada, e em geral fixada num papel subordinado ou limitada num ambiente de condescendência e paternalismo. Este défice de participação tem continuidade na ínfima presença de pessoas com deficiências e incapacidades em posições sociais de topo em termos de decisão e de responsabilidade e associam-se, normalmente, a trajectórias de mobilidade social descendente e de empobrecimento.

Um caso muito recente, que se passou com um familiar meu no departamento de finanças de Alcochete é absurdamente escandaloso, onde a pessoa possuía um papel devidamente autentificado passado pelo estado onde lhe confere prioridade nas filas de espera devido á sua deficiência, mas em Alcochete não, estranhamente a funcionária das finanças teve uma resposta brilhante «isso aqui não funciona, aqui é tudo igual, são todos iguais», bem se esta resposta fosse a nível geral da sociedade eu até estaria muito satisfeito, mas trata-se de negligenciar e retirar algum dos poucos benefícios que a pessoa com deficiência possui, devido ao seu estado de saúde.

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